Não é de hoje que os registros de violência física, moral, psicológica, sexual, verbal, patrimonial e por aí vai é registrada na história da humanidade. Sempre foi assim, só variando mesmo a intensidade de um período histórico para o outro. Tanta violência, obviamente impacta vidas e instituições, atingindo em cheio o ambiente escolar.
A partir dessa observação, há mais de 3 décadas, mais exatamente nos de 1990, a Assembleia Geral das Nações Unidas definiu que o ano de 2000 seria considerado o Ano Internacional da Cultura de Paz.
Na ocasião, foram desenhados pilares para a construção de um mundo sem violência, baseados no respeito à vida e à escuta, em busca de empatia, solidariedade e compreensão. A ideia é excelente e, caso tivesse sido realmente colocada em prática, talvez hoje estaríamos vivendo no mundo ideal. Mas não é isso que presenciamos no planeta e nem no Brasil.
Violência de todas as formas, segundo várias pesquisas, crescem em diversos países, e o extremismo, por exemplo, fonte de ódio, se espalha como praga entre os indivíduos, gerando mais e mais violência, inclusive no ambiente virtual.
Desta forma, implementar a Cultura de Paz dentro das escolas pode ser um caminho sólido e sustentável para a construção de um futuro menos violento, mais saudável e mais feliz.
Falar sobre o desenvolvimento da Cultura de Paz nas instituições de ensino é abordar o fomento de valores como o respeito, colaraboração, cooperação, tolerância e empatia.
São esses valores que irão contribuir para a formação de cidadãos conscientes e críticos, e altamente comprometidos com a transformação da atual realidade de violência para uma sociedade mais justa e pacífica. Assim, para se construir a Cultura de Paz dentro da escola é necessário que todos os seus players se responsabilizem por ela.
Como construir a Cultura de Paz na escola?
A promoção da Cultura de Paz dentro das escolas está em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, da Agenda 2023, da ONU. Esse objetivo descreve a geração de uma sociedade inclusiva e pacífica, com a meta de reduzir todas as formas de violência. Isso significa que ao falarmos de promover a Cultura de Paz no ambiente escolar estamos também pautados no cumprimento desse item.
A Cultura de Paz deve ser pensada sob vários holofotes, em diferentes dimensões e várias propostas pedagógicas.
Instituições de ensino que adotam gestão democrática, estimulando as rodas de diálogo, por exemplo, fornecem abertura aos estudantes para sejam trazidos casos de violência como o bullying ao conhecimento da gestão de forma muito mais rápida, facilitando a equação da crise, inclusive com propostas que podem emergir dos próprios alunos.
Para construir um ambiente pacífico é preciso antes entender todos os tipos de violência que ocorrem dentro da escola. Sabendo quais são os problemas a serem erradicados, fica mais fácil montar projetos que visem a Cultura de Paz, adequados à cada realidade escolar.
Esses projetos podem abordar o sexismo, racismo, preconceitos religiosos, regionais e culturais, o extremismo em todos os níveis, inclusive os esportivo, e muito mais. Devem ser transversais e contínuos, pensados e produzidos para serem levados ao dia a dia dos alunos e comunidade escolar. Não são propostas paralelas, são inclusivas e devem ser entranhadas na rotina escolar.
O cuidado ao buscar a Cultura de Paz também deve se pautar no ambiente virtual, uma vez que a Internet e as redes sociais digitais materializam não só o extremismo, como fortalecem os discursos de ódio, preconceitos de toda sorte e gera o medo entre os estudantes.
O bullying sai do ambiente físico e vai para as redes dos alunos e, caso o ambiente virtual não seja incluído nos projetos da construção da Cultura de Paz, ela não terá êxito.
É necessário ensinar também aos nossos estudantes como usar intencionalmente a Internet a fim de que eles comandem a rede e não o contrário.
A tarefa de gestores e docentes não é fácil, mas é totalmente viável, e nós, do Educar para Ser Grande, podemos contribuir.
Para mais informações sobre como combater e prevenir o bullying e o cyberbullying na sua escola, entre em contato conosco.
Indicação de leitura:
Livro: Paz, como se faz? Semeando a cultura de paz nas escolas
Autoras: Lia Diskin e Laura Gorresio Roizman
Associação Palas Athena e UNESCO