Antes de responder a essa pergunta, é bom que se diga que a faço porque hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente.
E deveria ser um dia bem feliz! Mas não há muito – ou quase nada a ser comemorado no nosso Brasil. Sabe a parte de cor verde da nossa bandeira? Representa a mata, nossas florestas. Contudo, pelo tamanho do desmatamento que vemos ocorrendo ano a ano em todo o território nacional, creio que a parte verde da nossa bandeira deveria ser bem, bem menor.
Não é possível comemorar, neste dia 5, o resultado do desmatamento na Amazônia Legal registrado em maio: o maior desde o ano de 2016.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) além de parte do Maranhão.
De acordo com a medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, até o último dia 28, havia 1.180km² sob alerta de deflorestação naquela região. E mais, maio foi o terceiro mês consecutivo em que os índices de desmatamento batem recordes históricos mensais.
Diante dos dados, o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, adverte que os índices de maio são altamente preocupantes, porque o mês marca o início da estação seca, período em que a devastação se intensifica em grande parte da Amazônia.
“A permanecer a tendência nos próximos dois meses, a taxa oficial de desmatamento de 2021 (medida de agosto a julho) poderá terminar com uma inédita quarta alta consecutiva. O comportamento da curva dependerá exclusivamente de quem hoje dá as cartas na região: o crime ambiental”, revela a entidade.
O Observatório do Clima também criticou a gestão ambiental do governo de Jair Bolsonaro, alegando que “o regime Bolsonaro se dedica há dois anos e meio a desmontar as políticas de controle de desmatamento, enterrando o único plano que conseguiu reduzir a destruição, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia”.
Além disso, a entidade fez críticas às ações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, investigado sob acusação de criar dificuldades para a fiscalização ambiental, entre outros itens.
E o que a educação tem a ver com tudo isso?
Simples: educar crianças, jovens e mesmo adultos com foco em promover a conexão entre as pessoas e o meio ambiente, faz com cresça a percepção desses indivíduos para temas que impactem a natureza.
Uma educação que faça o link entre a necessidade preservação do meio ambiente e estímulo ao reflorestamento, por exemplo, forma adultos capazes de pensar em ações com foco em sustentabilidade.
A educação ambiental sensibiliza os seres humanos para o fato de que ele só se manterá vivo, com qualidade de vida, se preservar o meio ambiente. Caso contrário, viverá às voltas com doenças, novas pandemias, poluição do ar, rios e mares, além de, a médio prazo, escassez de água e comida.
Educação que busca harmonia entre homem e natureza leva a soluções que revertem o caminho que estamos trilhando, que é do da destruição total da natureza. Um caminho que dificilmente terá volta, antes de matar milhares. Educar para a reciclagem de lixo, rede água e esgoto, despoluição de rios, logística nas cidades que reduza o uso de carros e frota movida à combustíveis fósseis e estimule o uso de transporte coletivo e bicicletas, economia de recursos naturais e comida, e induza crianças e jovens a compras sustentáveis, ou seja, integrar elementos ambientais em todas as etapas do processo de compra e evitar as aquisições desnecessárias.
É possível fazer isso nas escolas?
Sim, é totalmente viável!
Em algumas universidades já há a displina de Educação Ambiental e nas redes pública e privada de ensino é possível implementar essa disciplina desde o fundamental I, atrelada a outras por meio de atividades integradas, por exemplo.
Com o agravamento da crise climática em todo o mundo, é urgente trazer educação ambiental e sustentabilidade para as crianças lidarem com os desafios do futuro, que irão exigir transformações radicais na maneira de viver, pensar e agir.
Para que os jovens tornem-se mais conscientes do seu papel no mundo e preparados para lidar com as dificuldades de acesso aos recursos naturais, é preciso que eles resgatem a vontade de estar perto da natureza e de preservá-la. É preciso que eles conheçam a natureza. Para isso, é necessário estímulo das famílias à locais amplos de área verde e também a quebra dos estereótipos que associam natureza a lugar de terra suja e bicho perigoso.
Levar, por maio da educação, o discernimento de que ao destruirmos o meio ambiente estamos minando nossas condições de sobreviver no planeta terra, pode ser a única alternativa para a extinção da raça humana.
Vamos refletir sobre o tema? Como encaixar a educação ambiental no dia a dia de nossas escolas e aulas?
Fonte: Inpe