Enquanto alguns questionam sua utilidade ou mesmo a validação das inteligências artificiais no dia a dia da educação, muitos professores e gestores já fazem testes e as aplicam de forma bastante interessante, otimizando demasiadamente o trabalho.

Sim, a inteligência artificial, a exemplo do que ocorre em vários segmentos, pode melhorar a eficiência e a produtividade de professores e, porque não dizer, de gestores.

Na área da educação, a IA é ferramenta valiosa para auxiliar os professores em diversas tarefas, poupando-lhes tempo e contribuindo para o aprimoramento do processo de ensino e de aprendizagem.

Vou iniciar os exemplos, trazendo atividades do dia a dia do docente que eu aplico e que podem ser realizadas com a ajuda da inteligência artificial:

– Preparação de aulas: uso a IA para elaborar aulas mais eficientes. Por meio de perguntas bastante direcionadas a respeito dos conteúdos que vou desenvolver nas aulas, peço à inteligência artificial que traga sugestões de novos conteúdos sobre o tema. Produzo réplicas e, às vezes, até tréplicas a partir das respostas da IA. Após essa “conversa” para ampliar o conteúdo pesquisado, realizo curadoria do que ela me trouxe, e preparo a aula e atividades bastante específicas que ajudem a refinar o processo de aprendizagem de cada turma. Oferecer à IA informações sobre os conhecimentos já adquiridos pelos estudantes, também a auxilia no aprofundamento das pesquisas de conteúdo a ser incorporado à aula. Se bem direcionada pelo docente, a IA consegue indicar como o tempo deve ser gerido, a fim de que a aula comporte a proposta teórica e a prática.

– Desenvolvimento de atividades: nesse caso, a IA pode ser utilizada para criar atividades educacionais interativas e engajadoras. Levando-se em conta o perfil da turma, o professor pode solicitar tais atividades, sendo bastante detalhista na forma como faz a solicitação para a inteligência artificial. É preciso que o docente saiba fazer “perguntas” bem focadas para a IA. Quanto mais detalhada a solicitação da atividade e quanto mais intencional ela for, melhor o resultado da resposta por parte da IA. Outra possiblidade, e neste caso é necessário investir em um software com IA, há a possibilidade de o docente gerar automaticamente exercícios personalizados com base no desempenho dos alunos em tarefas anteriores. E a grande vantagem é a retroalimentação do processo de ensino, por vezes até redirecionando rotas, impactando positivamente o de aprendizagem.

– Criação de e provas: utilizar a inteligência artificial para produzir avaliações precisas, otimizando o trabalho do docente. Para isso, o professor precisa fornecer o conteúdo que é a base da avaliação ou da questão que pretende produzir à inteligência artificial e fazer a solicitação bastante detalhada do que quer verificar dos estudantes com a avaliação ou questão. Assim como para as atividades, também para a produção de questões de avaliações é necessário que o professor saiba exatamente o que quer “medir” em termos de conhecimento de sua turma. A intencionalidade e detalhamento da orientação para a IA faz toda a diferença no resultado.

– Avaliação de desempenho dos alunos: softwares com IA são capazes de analisar dados de desempenho em atividades e provas e fornecer insights valiosos sobre o progresso dos alunos em relação a metas específicas. Essa avaliação contínua e personalizada pode ajudar os professores a ajustar o ensino em tempo real e a oferecer suporte adicional aos alunos que estão com dificuldades.

Em todos os casos, é preciso que o professor realize curadoria do conteúdo trazido pela IA e adeque a linguagem à cada uma das suas turmas.

Personalização do ensino

A partir de algoritmos e dados de desempenho dos alunos, a IA é capaz de identificar as necessidades individuais de cada estudante e adaptar o conteúdo de acordo com seu perfil de aprendizagem. Tal fato eleva a eficácia do ensino e proporciona experiência mais enriquecedora para os alunos.

A personalização do ensino passa pela avaliação de desempenho dos alunos. Ao analisar dados de atividades e testes, a inteligência artificial traça informações precisas e imediatas sobre o nível de compreensão dos alunos, permitindo que o professor ajuste o ensino em tempo real e ofereça suporte adicional quando necessário.

Além disso, a IA pode ser utilizada para criar recursos educacionais interativos e engajadores. Por exemplo, sistemas de tutoria virtual fornecem aos alunos feedbacks instantâneos e personalizados, ajudando-os a aprender de forma eficiente e autônoma. Da mesma forma, os chatbots educacionais podem ser utilizados para responder a perguntas dos alunos em tempo real, liberando o professor para se concentrar em outras atividades.

Nestes casos, obviamente é necessário uso de softwares específicos para a realização de tais tarefas. Existem várias ferramentas educacionais com IA disponíveis no mercado, como sistemas de tutoria virtual, chatbots educacionais, plataformas de criação de atividades personalizadas, e por aí vai.

É preciso frisar, que embora as inteligências artificiais tenham imenso potencial para melhorar o ensino e a aprendizagem,  devo reforçar que elas por si só não substituem a figura do professor. O papel do docente é fundamental no processo educacional, e a IA deve ser vista como uma ferramenta complementar, não como um substituto.

Os professores são indispensáveis por vários motivos que eu poderia elencar aqui, mas creio que o mais importante é que é o docente que estabelece uma conexão pessoal com os alunos e é o ser humano que oferece suporte emocional e social a eles, papel que uma inteligência artificial não é capaz de realizar.

Também devemos considerar as implicações éticas e de privacidade do uso da IA na educação.

É preciso garantir que os dados dos alunos sejam protegidos e que a IA seja usada de forma responsável e transparente.

Ou seja, a inteligência artificial é ferramenta potente e robusta para auxiliar os professores no processo educacional, potencializando a personalização do ensino, fornecendo feedbacks imediatos e gerando recursos educacionais interativos. No entanto, a IA não substitui os professores e sua aplicabilidade precisa ser guiada por princípios éticos e de privacidade.

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