Estamos inseridos na era digital e é fato que as mídias digitais impactam a vida de todos inegavelmente, por meio das redes sociais, plataformas de streaming, jogos, aplicativos, sites, smartphones.
Nesse contexto, a educação midiática utiliza-se de vários meios de comunicação com a finalidade de pesquisar, transmitir informações, compartilhar e construir conteúdos de toda e qualquer disciplina com os estudantes, tanto no formato analógico (sim, também no analógico) como no digital.
É evidente que os nossos alunos e nós mesmos (educadores e gestores e toda a sociedade) somos influenciados pelas mídias digitais a cada segundo do nosso dia, sejam elas quais forem: internet, TV, rádio e por aí vai.
É aí que a educação midiática faz-se indispensável, tanto no processo de alfabetização como nas demais séries do ensino formal, por exemplo, orientando alunos sobre como utilizar as mídias digitais de maneira assertiva, como ferramenta de construção de conhecimento e de desenvolvimento pessoal, profissional e social.
Trocando em miúdos, a educação midiática, braço forte da educomunicação, é um formato de ensino que visa o desenvolvimento do senso crítico no uso das mídias, e, para tanto, envolve várias competências inseridas no processo de ensino e de aprendizagem, objetivando a formação integral e plena do indivíduo, ou seja, formando cidadãos capazes de consumir, interagir, analisar e produzir conteúdo nas mídias digitais e analógicas (caso de jornais e revistas físicos, por exemplo) com criticidade.
Fazendo um link com a BNCC, o documento lista, entre outras competências gerais, a Cultura Digital, que engloba aprendizagens ligadas à educação midiática que os estudantes precisam desenvolver e dominar na educação básica.
Essa competência aponta ser necessário aos alunos da educação básica formal: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” (BNCC, 2018).
Vale destacar que a educação midiática também aparece no campo de atuação jornalístico-midiático, componente Língua Portuguesa da BNCC nos Ensinos Fundamental e Médio. Para além disso, a educação midiática, que pode ser aplicada transversalmente, como disciplina ou por meio de projetos interdisciplinares integrados, é facilitadora do desenvolvimento de outras competências como comunicação, trabalho em equipe, senso crítico e analítico, empatia, entre outras.
As nossas crianças são alvo de excesso de informação por meio da internet e precisam aprender a interpretá-la, filtrá-la, analisá-la, separar joio do trigo e, principalmente, identificar as falsas – fake news -, desconstruindo-as. Também precisam aprender a produzir conteúdo para as redes que sejam idôneos e construtivos para os demais e para elas próprias. Isso possibilita rotina mais saudável e protagonismo, já que essas crianças e jovens tornam-se conscientes a respeito do que leem, ouvem e veem, escolhendo o que é melhor para si, criticamente, conscientemente.
Não menos relevante, é importante citar que, por meio da educação midiática, crianças e jovens passam a entender e usar sabiamente a liberdade de expressão, de forma consciente e responsável, sem confundir o direito deles de expressarem-se com desrespeito ao próximo e às leis.
A educação midiática é ferramenta robusta para que possamos ensinar nossos alunos a utilizarem e atuarem nas mídias digitais com propriedade e, sobretudo, com cidadania. E esse é o mundo ideal que queremos, não é? Principalmente quando pensamos em mudanças sociais e indivíduos com senso crítico e analítico.
Para saber mais sobre o tema, tirar dúvidas, solicitar informações extras, palestra ou curso de formação de professores e gestores, fale conosco do Educar para Ser Grande: contato@educarparasergrande.com.br
Por Sandhra Cabral
Mestre em Inovação na Comunicação de Interesse Público pela USCS/USP, com área de pesquisa voltada ao uso da comunicação em Comunidades de Prática Virtuais para a atualização e formação continuada de professores e lideranças educacionais; educomunicadora, jornalista graduada pela UMESP – Universidade Metodista do Estado de São Paulo; docente universitária na USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul; CEO do Educar para Ser Grande, Consultora em Inovação na Educação e em Educomunicação. Jornalista premiada, com mais de 25 anos de experiência em hard news.
Instagram: @educarparasergrande