“Celular desligado e guardado na mochila”. Os professores e alunos conhecem bem essa frase, mas será que a tecnologia dos smartphones aliada aos conteúdos de sala não pode ser benéficos?
O receio do uso de celulares não é uma preocupação exclusiva do segmento educacional. Está mais do que comprovado que o mesmo pode distrair ou até diminuir as relações interpessoais, da escola ao escritório. Ao mesmo tempo, 82% dos jovens brasileiros usam seu móvel para acessar à internet, sendo 31% crianças com até 12 anos.
O sistema educacional, como estrutura, se mantêm o mesmo: salas enfileiradas e professor na frente. O aluno se torna passivo diante do docente.
A falta de mudanças do sistema de ensino tentou ser compensada com CD-ROM, depois salas de informática e agora eles, os smartphones, e em algumas escolas, até livros digitais em tablets.
A organização americana National Education Association elencou dicas de como aliar o tradicional ao novo.
1. Atenção Redobrada
Uma das principais preocupações dos educadores sobre o uso dos celulares é a possibilidade de os alunos se distraírem e acessarem suas redes sociais e afins, por isso cabe ao professor circular durante a sala para monitorar os estudantes, afinal liberdade não é libertinagem.
2. Lição com música
Permitir que seus alunos escutem música durante as atividades faz com que “o nível de ruído na sala de aula caia e a produtividade aumente”. Quando há o professor for explicar a matéria, pede-se para parar a música e guardarem seus celulares.
3. Use das ferramentas disponíveis
Já pensou em fazer uma enquete no Twitter? E que tal você controlar todos os smartphones de seus alunos direto do seu? Ferramentas gratuitas auxiliam na didática e dinâmica das salas – mais abaixo dicas de aplicativos.
Com enquetes, por exemplo, é possível preparar os estudantes para um futuro teste, ou mesmo usar como atividade avaliativa. Outra possibilidade é utilizar os dados gerados para pautar as próximas aulas. Se a resposta de uma questão era B e muitos alunos colocaram A, pode ser relevante explicar tópico de novo.
Aprendizagem autodirigida
A aprendizagem autodirigida ou self-directed learning é um modelo já conhecido pelos educadores e com a tecnologia, tende a amplia-la ainda mais. O ato da descoberta de novos conteúdos e posteriormente do êxito, tornam o caminho do saber mais prazeroso.
Aos jovens, o ato de investigar e pôr em prática lhe permite uma maior fixação e absorção daquele conteúdo. A definição segundo Malcolm Knowles:
No seu sentido mais amplo, o “aprendizado autodirigido” descreve um processo pelo qual os indivíduos tomam a iniciativa, com a nossa sem a ajuda de outros, no diagnóstico de suas necessidades de aprendizagem, na formulação de objetivos de aprendizagem, na identificação de recursos humanos e materiais para aprender, escolher e implementar estratégias de aprendizagem apropriadas e avaliar os resultados da aprendizagem
Knowles, 1975, página 18
O aluno “se dirigindo” explora não apenas novas vertentes do conhecimento, mas reconhece a importância e a necessidade do aprender.
O conteúdo além do professor
Basta dar um Google. Notícias, dicionário, calculadora ou mesmo o tradutor. Todas essas ferramentas permitem ampliar as informações que chegam ao estudante.
Por exemplo, um professor de biologia fala sobre “papilas gustativas”. Os alunos podem no smartphone buscar fotos sobre o tema, ou mesmo extrair uma informação de um site e confirmar com o docente.
Na era digital, os mais jovens estão acostumados a dividir sua atenção. Assistindo séries, muitos se desdobram entre a Netflix na tela grande, e na menor, o Facebook e WhatsApp.
Na Política
Na Câmara dos Deputados foram apresentados três projetos de leis que pedem a total proibição do uso destes aparelhos. O mais recente – abril de 2017 – teve como autor o deputado Professor Victório Galli (PSC-MT) e ainda está em tramite no congresso. Já o projeto do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) foi lançado em 2015 e está pronto para ser discutido na Comissão de Educação da Câmara. O terceiro de autoria do Heuler Cruvinel (PSD-GO) também foi lançado em 2015 está em processo de tramitação.
Os três projetos foram apensados (saiba mais – em pdf) ao PL 104/15 do peemedebista Alceu Moreira, sendo assim, todos serão analisados de forma conjunta.
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